Marcos Trindade vasculhando o futebol potiguar
Quando
comecei a gostar de futebol, no meio da década de 1980. Precisamente em 1986,
durante a Copa do México. Nem sabia ler ainda, admirava as figurinhas dos
jogadores que vinham nos chicletes. Quase chorei ao ouvir pelo rádio que o
Brasil tinha sido eliminado da Copa de 1986. Nem entendia da coisa. Era questão
de ser brasileiro mesmo.
Isso
tudo lá na zona rural de Angicos, interior do Rio Grande do Norte, cidade
distante 170 quilômetros de Natal.
Pouco
tempo depois começava a ler as primeiras palavras e entender o sentido da coisa
chamada futebol.
Antes,
gostava de ler sobre corridas de cavalo numa revista de circulação nacional. Nem
sempre ela trazia algo sobre o assunto. Às vezes era Atletismo, Tênis, Vela,
Futebol, Basquete, Vôlei, entre outros. Mas, gostava mesmo era do Turfe.
O
tempo foi passando, passando, passando, até que em 1990, eu estava na cidade de
Angicos, estudava e corria atrás de bola. Nas horas vagas a isso, lia jornais e
revistas sobre futebol. A partir daí comecei a ouvir rádio. Ouvia as rádios de
Mossoró e Assu.
Daí,
passei a anotar os resultados dos jogos dos clubes do Rio Grande do Norte nas
competições nacionais e locais. Anotava tudo.
Despertei
interesse em saber do passado mais distante. Escrevia (enviava cartas) para
órgãos, tipo: clubes, federações, ligas, jornais e rádios. Recebi poucas
respostas. Apenas de alguns órgãos da Imprensa. Nada de clube, federação ou
liga.
Mas,
o tempo continuava passando e eu anotando o que podia. Li e ouvi cada uma...
Contudo,
em novembro de 1996, vi morar em Natal.
Em
março de 1997, ouvi de um comunicador aqui de Natal que eu tinha conhecimentos e
que podia trabalhar em rádio. Vamos fazer um teste na Rádio Rural? Falava
Getúlio Medeiros, o maior e melhor Plantão Esportivo que ouvi até hoje.
Vamos,
respondi.
Era
julho de 1997, estreia do América de Natal na Primeira Divisão do Futebol
Brasileiro. Lá fui eu ser Rádio Escuta. Ouvir as notícias e gols dos outros
jogos e passar para Getúlio anunciar. Teve rodada com 10 jogos e mais de 30
gols que conseguimos anunciar todos antes que o maior concorrente. E cada vez
que isso acontecia, eu sentia que estava no caminho certo.
Informar
bem e primeiro. Esse era o meu lema.
Aí,
já bem adaptado na cidade “grande” iniciei os trabalhos de pesquisa do passado.
Primeiro,
os campeonatos estaduais. Desde 1918 até onde pudesse. Iniciei pelos anos
quarentas, é assim mesmo, quarentas. A década tem 10 anos e cada um representa
quarenta.
Era
coisa demais.
Desisti,
lembrei que as rádios de Mossoró divulgavam que o Estadual teve início em 1974,
quando o Potiguar de Mossoró participou pela primeira vez. Então, vou pesquisar
a partir de 1974, pensei.
Deu
um duro danado. Em 2000 terminei essa etapa.
Mesmo
assim não havia esquecido que faltava o passado dos campeonatos “natalenses”
entre 1918 e 1973. E continuei.
Confesso
que ainda não terminei. Tá perto.
Faltam
poucos anos. 1921, 1940, 1941, 1958 e 1959. Esses dois últimos anos estão bem
adiantados. Na próxima semana termino.
Sei
que faltam alguns resultados que nem foram divulgados pelos jornais das épocas.
Ou se algum jornal divulgou não tive acesso nos arquivos.
É
bem verdade que no meio disso tudo teve muita pesquisa.
Todos
os jogos de todos os clubes do RN em competições nacionais desde 1959. Com
detalhes, quase todos.
Tem
a Taça Cidade do Natal das décadas de 1970 e 1980.
Copa
RN, Segunda Divisão, Seletivas...
Futebol
de Salão, Futebol Feminino e Futebol de Areia.
Competições
das categorias de base, torneios início, amistosos.
Jogadores,
árbitros, dirigentes, clubes, Imprensa...
Teve
também pesquisa sobre o Futebol de Salão, do Futebol Feminino, entre outros
assuntos do Futebol Potiguar.
Aos
poucos estou conhecendo a verdadeira história do Futebol Potiguar. O Futebol do
Rio Grande do Norte, estado onde nasci. Só.
belo texto parabens vc é um exemplo de mor ao futebol do nosso RN.
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